domingo, 23 de novembro de 2014

Leitura Especial




O autor afegão Khaled Hosseni consegue mais uma vez trazer ao leitor uma história bonita, rica e com alusões fortes e impactantes da realidade do Afeganistão. A cidade do Sol é um livro gostoso de ler, pois além de propiciar uma leitura sem rodeios e alardes,  o escritor toca em assuntos tão atuais quanto a suposta e ancestral soberania masculina tão valorizadas em algumas culturas. Guerra, religião, direitos humanos e submissão  são temas retratados com a dor e a leveza que a vida real pode nos dar.
A história de duas personagens comuns, mas que se tornam singulares e inesquecíveis por grandes atitudes demonstradas durante suas vidas. Mariam e Laila não são só exemplos de mulheres com garra,  mas de mulheres que conseguem suportar e viver a vida.  


Dois caminhos distintos que se cruzam e são marcados pela submissão feminina, pela tragédia da guerra e pela força do islamismo. Uma mulher de Herat outra de Cabul, ambas do Afeganistão. Uma da cidade grande, marcada pelo conhecimento e filha legítima de um casal feliz, já a outra totalmente rural e considerada uma “harami” pelos dedos acusadores da sociedade. Nada mais, nada menos que uma filha bastarda.

O livro é rico em história geral, em especial a do local onde ocorre a trama. A obra percorre caminhos desde passagens que abordam a remota influência budista no país até a ocupação soviética e a tão inflamada guerra dos Estados Unidos contra o Afeganistão.  Fundamentalismo é só mais um traço da cultura afegã retratada pelo autor que aborda com riqueza as tristezas e alegrias de um país onde as crianças já crescem com uma mamadeira e um arma na mão. 


A leitura com certeza vale a pena! 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Frida Khalo

Una mujer que encanta


Pintora e mexicana, ela foi uma artista que mesmo com tantos problemas trouxe cor e alegria para nossas vidas. Suas obras surreais, as vezes, gera incômodo e ao mesmo tempo nos encanta com tanta beleza e força. Como já é clichê, os artistas tórridos são os que costumam nos marcar. Não é atoa que Van Gogh já foi lembrado aqui no blog como um desses artistas,  singular não só por suas  obras, mas por sua personalidade tocante. 

É revigorante olhar para um quadro de Frida, apesar de tanto lembrar a dor, a morte ou a desilusão...Sua pintura é realmente arte, pois  além de traços elaborados,  inovação estilísticas do autoretrato e  fortalecimento  cultural de um povo, ela alcança patamares inimagináveis na mente de uma pessoa. Força, brilho, estranha alegria e identificação, é um pouco do que sinto quando contemplo algum de seus quadros.  A tentativa é absorver a mensagem que está ali e o resultado é uma absorção que não dá para explicar, uma viagem subjetiva que nos faz mais do que nos identificar, mas nos encontrar. Sei que estou viajando, mas a sensação no meu caso é essa. 

Obra: Autorretrato com colar de espinhos e colibri, 1940






Adoro o México, sua cultura e não seria diferente com seus artistas... Para quem gosta de pintura e curte artistas exóticos,  a Frida é uma que não podemos deixar de conhecer e estudar. Se conhece pouco sobre a artista vou explicar rapidinho sobre sua vida e obra. A pintora mexicana nasceu em 1907, na cidade de Coyoacán nas proximidades da Cidade do México, onde viveu com seus pais na casa azul ( La Casa Azul), hoje, um lugar preservado e que pode ser visitado pelos amantes de Khalo. A casa atualmente é o Museu Frida Khalo e apresenta ao público fotografias, vestidos, livros, objetos e documentos inéditos da vida da artista.

Com seis anos, Frida contraiu poliomelite, doença que deixou uma lesão em seu pé direito e que a impossibilitou de andar normalmente como resultado ela ganhasse o apelido de pata de palo (pata de pau). A partir dessa deficiência passou a usar saias longas e exóticas que por sinal viraram uma de suas marcas pessoais. 

Frida não começou a pintar cedo, apesar de seu pai usar a pintura como hobby. Seu contato com técnicas de gravura e modelagem foi aos dezoito anos, mesma época em que sofreu um trágico acidente que a deixou entre a vida e a morte por vários meses em um hospital. O acidente aconteceu quando ela viajava em um bonde que se chocou com um trem. Na batida, ela sofreu lesões por todo o corpo e sua coluna foi perfurada por um dos veículos. Após meses de internação e várias cirurgias de reconstrução, ela sobreviveu, mas teve por resto de sua vida várias limitações como o uso de colete, dores intermináveis que são claramente retratadas em algumas de suas obras. Coletes ortopédicos, sangue, objetos de hospital são recorrentes em suas obras que traz  também um pouco da fauna e flora mexicana misturada com trajes tradicionais,  marcas físicas pessoais e questionamento político quanto a relação México e EUA. A obra abaixo nomeada de A Coluna Partida é um ótimo exemplo de como marcas físicas e pessoas são retratadas em suas obras. 


Obra: A Coluna Partida, 1944



Foi no período que ficou no hospital que começou a pintar, ela usava caixas de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama. Aos vinte e um anos, entrou no Partido Comunista Mexicano e conheceu o muralista Diego Riviera com quem se casou e teve uma relação tumultuada e marcada por traições e relacionamentos homoavetivos. Sob influência do marido, Frida adotou um estilo conhecido como ingênuo, no qual aplicava zonas de cores amplas e simples em suas obras, mas principalmente procurou através de sua arte afirmar a identidade nacional mexicana retratando temas como folclore e arte popular do país. 

Viveu alguns anos com seu marido em Nova York e Detroit e chegou a receber Leon Trotski, com quem teve um caso,  em sua casa de Coyocán. O casamento de Frida com Diego foi bastante atribulado e uma das traições mais dolorosas para Frida foi a de sua irmã mais nova,  Cristina, que foi amante de Diego por anos e teve com ele seis filhos. Filhos que Frida não podia dar devido ao acidente que a impossibilitou fisicamente de completar uma gestação e que além disso deixou marcas profundas com três abortos ao longo de sua vida.

Obra:  Retrato de Cristina, minha irmã,  1928 






Obra:
Henry Ford Hospital, 1932





Essas várias desilusões e lesões físicas levaram Frida a tentar suicídio algumas vezes. Sua vida atormentada e marcada por tantos problemas era fortemente retratada em suas obras mas de um modo bem subjetivo. Na época, alguns artistas a classificaram como surrealista e ela simplesmente respondeu que as obras era a representação da vida dela. 

A dicotomia da obra de Frida é que nos cativa e nos faz admiradores dessa artista que joga na nossa cara o surreal e  o real, a alegria e a tristeza,  o amor e o ódio, a riqueza e  a pobreza, a vida e a morte, a luz e a escuridão....Aspectos tão comuns e recorrentes em nossa ligeira passagem pela Terra!  

Obra: Abraço Amoroso, 1949





"Pies para que los quiero, si tengo alas para volar" 


Referência: fkahlo.com
Imagens: Pinterest 


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Butecário Bar Brasil

Acá en BH: un placer para los ojos!

¿Quieres conocer un lugar chévre con muchas cosas y adornos interesantes? Entonces, llegou la hora de conocer el Butecário Bar Brasil, um espacio diferente de los otros bares tradicionales que llenan la capital de Minas. De piso a techo, para no decir de los piés hasta la cabeza, el bar es una hermosura. La decoración, buena música, buenos precios, bebidas y calidad de los alimentos ciertamente ganan al cliente. El bar realmente merece una atención especial, al cabo, además de una excelente estructura cuenta con un equipo de buenos profesionales que están listos para atender bién el consumidor.


Ubicado en la región de Pampulha, el tradicional barrio de Santa Amélia, el Butecário tiene una luz agradable, muebles que atraen a todo tipo de personas y una albóndiga picante que hace agua la boca! El bar fue presentado por la revista Veja BH 2013, y ¿no lo has visitado? Yo fui, me gustó, aprobé y estoy seguro que es una excelente opción para los aficionados a los lugares exóticos y de buena calidad.





¡Vale la pena echar un vistazo!


¿ Dónde está situado?
Calle: Canárias, 1859. Barrio: Santa Amélia 

( Región:Pampulha) - Belo Horizonte - MG (Brasil)
Martes y Jueves - 19h hasta 00:00h
Viernes y Sábado - 19h hasta 02:00h
Teléfono: 55 31 9779-6788 o 55 31 9722-9042

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Ser negro é cool


Ser negro é a mesma coisa que ser loiro, ruivo ou amarelo? Na minha opinião, sim! Entretanto, atualmente,  mais do que estar na "moda",  ser negro é diferente. Não por uma questão de ideologia, atitude ou força cultural, mas pelo simples e único fator: o da cor. Muito se fala em racismo,  preconceito... E quando o assunto é cor da pele,  ai o jeito é ficar cheio de dedos para não cometer nenhuma gafe, deslize ou discriminação,  já que  os  "verdadeiros" negros de plantão e defensores da causa ficam preparados para criticar qualquer palavrinha ou expressão rotulada como preconceituosa. Falar a pretinha, a neguinha, xiiiiiiii....Já é quase uma ofensa mortal. No mundo da beleza, não é diferente. Be yourself, por exemplosempre foi coisa do passado e quem disse que estilo, idade, peso e "raça" começaram a cair nesse mundo está mentindo. 

Na edição do mês de Abril de 2014, a revista People elegeu a mulher mais bonita do mundo e quem ganhou? Já era previsível, a mexicana Lupita Nyong'o. A atriz ganhou destaque nos últimos meses e se tornou uma das mulheres mais idolatradas no mundo das celebridades. Com apenas um filme em Hollywood, ela levou o oscar, virou referência de moda e publicidade de marcas luxuosas como Chanel, Prada, Louis Vuitton ...Por fim, foi eleita a mulher mais bonita do mundo, mas não por ser só bonita e sim por ser negra. Mas calma,  negra assim estilo "África" porque se fosse uma negra norte-americana tipo Beyoncé ou brasileira a lá Camila Pitanga já não valeria, pois elas não são negras o "suficiente". Entende? A verdade tem de ser dita e dói. Lupita, além de linda é sortuda. Como atriz,  chegou ao topo levando o prêmio máximo da industria cinematográfica, como modelo,  já é ícone de marcas famosas e,  como negra, já é a representação "fiel" do legítimo DNA africano. Chegou na hora certa, em que ser negro é cool e está na moda. 


Pode parecer caricato, mas andam dizendo por ai que ela teve ajuda de Oxum e que a capa é das negras. Me perdoem, mas é mais fácil ela ter tido ajuda de Nossa Senhora de Guadalupe, ou melhor, do Tio Sam!  Ah, uma observação: a capa é dela. Pronto! Quero ver se daqui algum tempo se a Liu Wen ou qualquer outra modelo asiática for estampada na People se vão dizer que ela teve ajuda de deuses orientais e que a capa é dos olhos puxados. Hello, o mundo gira entorno do mercado e da beleza. 

A cor amarela também está na moda, mas ainda não é cool igual a negra. Modelos chinesas, japonesas, coreanas quase nunca foram destaque de beleza e, tão pouco foram referências nas passarelas,  o que felizmente começa a mudar. Progressos estão acontecendo e instituições como a Diversity Coalition lutam por castings multiétnicos no mundo da moda. Vitória? Mercado, meu bem. 




Ocorre uma onda de valorização da cor negra com relação as demais. O que eu não entendo, já que a discussão não é racismo, preconceito e busca por igualdade???  São discursos, livros, ideologias, postagens na internet, análises críticas,  discussões acadêmicas em torno do fato de ser ter a cor negra. A identidade, a cultura,  a força da comunidade negra devem sim serem mantidas e valorizadas, mas não da forma  pitoresca e salvacionista como vêm sendo feitas.  Ressaltar a todo momento a cor, só fortifica a questão da diferença que é tanto combatida por quem busca a igualdade.  

A questão não é bater no peito e falar que sou negra, que tenho cabelo crespo e que tenho DNA africano. A chave não é tornar a cor uma moda, mas sim algo  natural que faz parte das diferenças e igualdades que regem o mundo. Não preciso bater no peito e gritar que sou negra, branca ou amarela para fortalecer a igualdade, pois a igualdade está em mim e não na minha cor. O meu comportamento, a minha atitude, o meu pensamento não é de negro, amarelo ou branco, mas sim de ser humano. 

Qual a diferença entre a Gisele Bündchen, a Lupita Nyong'o ou a Liu Wen na capa da People? Na complexidade das diferenças e igualdades do mundo atual, nem o Marketing, o mercado consumidor, a beleza, a indústria da moda ou os pensadores contemporâneos conseguem explicar...



sábado, 22 de março de 2014

Suprassumos

"Bons drinks" 



Estava pensando nos "bons drink" que já bebi... As bebidas mais gostosas que não podemos de deixar de saborear , tanto álcoolicas e não acóolicas. Listei algumas que na minha opinião são divine! 

1. Caipirinha ( a tradicional bebida brasileira com cachaça, limão, açucar e gelo. Só que a com gelo de água de côco fica mais gostosa ainda) 


2. Suco KI-BA ( um suco de cereja com banana, o nome vem do alemão KIrsche e BAnane). Gente. esse suco maravilhoso não tem a textura de vitamina, ele é leve igual suco mesmo. 


3.Suco de Maracujá ( o tradicional suco da "Fruit de la Passion" produzido no Brasil é muito gostoso e azedinho) 

4. Zombie cocktail  ( essa bebida é a chamada "engana bobo". Composta por Suco de frutas, licores e rum, a gente vai bebendo porque é bem doce e acha que não está bebâda (o), mas de repente, ela sobe e ai já viu né? Mas vale miuito a pena, pois é uma delícia) 

5. Suco de Abacaxi com Hortelã ( essa bebida já tá ficando tradicional, oriunda do nordeste brasileiro a hortelão dá uma refrescância especial para aguentar o calor do Brasil) 

6. Amarula ( o perfeito licor é feito com uma fruta que dá em árvores na África. A fruta possui um considerável teor álcoolico o que deixa os elefantes e outros animais "alegrinhos" hahahah) 


7. Mojito (bebida suave e de sabor sutil é um coquetel cubano composto de rum, açucar, hortelã, lima ou limão e soda) 

8. Água ( nada mais justo que colocar essa pela substância aqui. Na verdade, ela deveria está em primeiro lugar na lista, pois além de hidratar e nos deixar com a pele linda, essa queridinha é responsável pela vida na terra. Mas, como dizem por ai: os últimos serão os primeiros)






Sugestões de Dayse Santô
Foto: Pinterest
Envie seus suprassumos para blogchicasaburridas@gmail.com 
Pode ser  comidas gostosas, sobremesas ou bebidas! ;)

Amarelo Tropical





"Não é todo mundo que fica bem de amarelo!" Essa  é a típica frase das mulheres, quando o assunto é a cor solar. Entretanto, venhamos e convenhamos, 2014 é o ano dessa cor. A seleção canarinho pode não ser a mais cotada para levar a taça, mas a energia do aclamado futebol está por toda parte. Apesar das manifestações populares – legítimas-  contra a Copa do Mundo, não há como negar que o país está em um ritmo diferente, o ritmo da alegria contagiante do futebol.  É claro que isso reflete em tudo, inclusive,  nas peças de roupas tendências dessa estação.




Apesar de ser cotada como o trend do verão, essa  tonalidade pode se tornar a cor do ano. Seja amarelo canário, amarelo ouro ou amarelo titânio...Os tons são variados, assim como a diversidade de peças que pode enfeitar o seu guarda-roupa. Como já disse a diva Gloria Kalil, a moda já se contagiou pelo verde e amarelo da seleção neste ano! Então,  vale a pena arriscar, nem que seja em um acessório discreto na cor-chave da estação!  

Por: Dayse Santô
Fotos: Pinterest 

Sob os olhos do mundo





Com o tema  " Sob os olhos do mundo",  o Minas Trend Preview chegou a sua 14ª edição. Um dos maiores eventos de moda do país reune grandes nomes nacionais e internacionais. Entretanto, é sempre bom puxar sardinha para os profissionais talentosos que possuímos em nossa terra!




O destaque, é claro,  vai para dois mineiros de sucesso. Um dele é o estilista Victor Dzenk, com elegância, cores, leveza e tecidos fluidos,  os modelitos do estilista já viraram os queridinhos das celebridade. Suas peças tem como marca a estamparia digital e uma modelagem que valoriza a silhueta da mulher.
Vale a pena conferir um pouco mais sobre suas peças.





A mineira Bhárbara Renault, proprietária da marca Jardin, também é um dos talentos mineiros e com bastante personalidade a estilista traz peças voltadas para a mulher contemporânea. Seus looks são mais dinâmicos, mas traduzem o famoso casual chique.

Apesar de  não estarem  no line up de desfiles do MTP esse ano 2014,  as marca estarão presente no salão de negócios do evento apresentando suas novas coleções.



Contato: (31) 2516-6061E-mail: renault.bharbara@jardinfashion.comhttp://www.jardinfashion.com

Contato: (31) 3025-9898E-mail: camilachiari@victordzenk.comhttp://www.victordzenk.com


Fotografias: Dayse Santô / Pinterest



sexta-feira, 21 de março de 2014

Aquela coisa do sapo virando príncipe? Não é o caso


A feiura é fundamental pelo menos para o entendimento desta história, é essa a dica para quem pretende ler A mulher que escreveu a Bíblia

“... Tinha de ceder à tentação do vulgar: recebida a mercadoria, queria examiná-la in totum, au grand complet .”  é com essa passagem do livro que traduzo a leitura da obra A mulher que escreveu a Bíblia, livro de Moacyr Scliar,  uma obra interessante que adquiri em uma troca de livros, atualmente chamada de Book Crossing que aconteceu no Café e Livraria da Praça. Posso dizer que o livro é realmente uma tentação, assim como a maçã que Eva ofereceu para Adão no jardim do Éden. Mais do que isso, é a representação concreta do desejo incontrolável, insaciável e voraz. No caso, não um desejo sexual - que seria a mais viável alusão – e sim um desejo de consumar mais do que rapidamente aquela leitura gostosa, entorpecedora, na qual o leitor não consegue se controlar e ferozmente devora cada página do livro, envolvido pela magia e sedução que o autor conseguiu transmitir com suas palavras.
Pode até parecer de mau gosto, mas é com vulgaridade, erotismo, conhecimentos bíblicos e falta de rodeios que Moacyr envolve os leitores. Os conservadores letrados e amantes da literatura diriam que a obra é a típica leitura comercial, pobre e de consumo rápido, porém, após a leitura pode se dizer que A Mulher que escreveu a Bíblia vai além, assim como a personagem principal – que é muito feia. Tadinha -, a obra pode ser considerada feia, isso mesmo, de péssimo gosto se avaliados os padrões da “boa literatura”. Entretanto, assim como a “feiosa”, a obra tem seus atrativos e pode conseguir conquistar até os que se dizem mais sábios... Rei Salomão que o diga.
 A nova versão de quem escreveu a Bíblia pode ser degustada facilmente pelos amantes  de um bom livro, com uma escrita ligeira, de palavras simples e poucos meandros, a obra consegue conciliar dois tempos distintos em uma harmonia legal e envolvente. É como se o leitor estivesse no harém de Salomão com suas setecentas mulheres e trezentas concubinas, mas conseguisse falar com as gírias e anseios de hoje em dia. De repente, é como se você estivesse assistindo não a uma sessão de terapia de vidas  passadas, onde um paciente conta suas mazelas vividas no século X a. c. Mas como se estivesse presenciando uma terapia contemporânea, onde as angústias sexuais, estéticas e culturais de uma mulher, por exemplo, continuam vivas. Não uma viagem ao passado onde as “fêmeas” sabiam seu lugar, mas como uma realidade de uma entre milhares de mulheres obscuras, longe dos “holofotes” do rico e belo rebanho de mulheres do hárem de Salomão.
Com uma linguagem que transita entre os jardins suspensos da Babilônia e os becos sem saneamento de uma favela brasileira, Moacyr consegue harmonizar a elevada dicção bíblica com o mais baixo calão da contemporaneidade. A leitura é fácil, rápida e gostosa e acredito que vale a pena ler, mais do que prazer,  a leitura traz uma libertação como a sentida  pela mulher que escreveu a Bíblia. No fim do livro ela...
Não vou dizer, né? Já que a leitura é rápida e gostosa, descubra e depois me conta que sentimento de liberdade é esse que essa mulher com doses de feiura, sacanagem e palavras chulas conseguiu nos transmitir.  Beleza não tinha, mas era a única que sabia ler e escrever.

domingo, 16 de março de 2014

Crime e Castigo


Dostoiévski + Freddie Mercury



Uma entre as inúmeras bandas de rock britânico conhecida mundialmente é a famosa Queen, a lendária banda trouxe ao mundo a boa música e juntamente o inusitado Freddie Mercury. O cantor de um talento inigualável interpretou belas músicas como Somebody to love, Love of my life entre outras. Porém, para mim a insuperável é a Raphasody Bohemian, a canção transporta o ouvinte para outra dimensão. 

No meu caso, toda vez que escuto essa música é come se eu estivesse vivenciando uma peça tetral, onde o climax da tragédia é facilmente sentido com as distorções elétricas da guitarra e, mais do que isso, é como se eu mergulhasse e resgatasse toda a memória  criada  por mim após a leitura de Crime e Castigo, clássico livro de Dostoiévski. Por alguns instantes me vejo vagando quase que álcoolizada pelas ruas de São Petersburgo à procura de  Raskólnikov ( personagem principal da obra). Não é exagero. Eu juro! A tradução da música é quase que a transcrição resumida do livro. O ouvinte como Raskólnikov é subitamente "Caught in a landslide. No escape from reality" como diz um trecho da música...

Não sei se sou a primeira a constatar isso, mas uma coisa é fato: Freddie Mercury leu Crime e Castigo ( e se apaixonou pela obra)  antes de escrever a letra dessa música, com certeza!

"Gotta leave you all behind and face the truth. Mama....Oh" (anyway the wind blows)"
Por: Dayse Santô
Video: youtube
Foto: Pinterest 

Vicent...




"Starry, starry night. Paint your pallete blue and grey. Look out on a summer's day with eyes that know the darkness in my soul..."  essa bela música de Don Maclean depertou em mim a vontade de conhecer um pouco mais sobre o pintor Van Gogh.  O holandês chamado Vincent me encantou com seus traços, riquezas de cores e por incrível que pareça por sua instabilidade emocional. Esse conjunto de caracteríticas fez com que eu buscasse mais informações sobre a história desse homem que teve uma vida curta, mas que em sua trajetória deixou uma rico acervo de belas pinturas e revolucionou uma época com ousadia, autenticidade e beleza. 



Obras como Vaso com Quatorze Girassóis, de Agosto de 1888, faz com que você transfira para seu mundo particular as diversas referências de vida. As flores amarelas e grandes, por exemplo, retratadas nesse quadro são para mim um pouco da minha personalidade. O Quarto em Arles -1888 me faz lembrar o livro Metamorfose,  de Franz KafKa e A Noite Estrelada - Cipestres e Vila, de 1889, é para mim insuperável e a tradução de algo  inexplicável: a sensação única de alegria e tristeza juntas. Algo como uma vontade de chorar de emoção e de gargalhar de felicidade. Não é exagero, é o que o grande mestre Van Gogh consegue nos transmitir com sua perfeita harmonia de cores. 

Para quem quer conhecer um pouco mais sobre ele, basta olhar na net ou comprar um belo livro com as obras e história de vida do pintor. No momento, estou lendo o livro Grande Mestres - Van Gogh, publicado pela editora Abril versão Coleções e que comprei baratinho na livraria Leitura. 

Dayse Santô
Fotos: Pinterest

Só garotos

Você pode fingir que é meu namorado?



Um flashback psicodélico de um casal de garotos é retratado em uma autobiografia como um relacionamento regado a liberdade, arte, loucuras e contradições

“Juntávamos nossos lápis de cor e folhas de papel e desenhávamos feito crianças ensandecidas, ferozes, noite adentro, até que, exaustos, caíamos na cama”. Em um mundo paralelo alimentado por lampejos de infância, amadurecimento, arte, medo, coragem, liberdade e loucura, Patti Smith e Robert Mapplethorpe escreveram nas paredes psicodélicas da Nova York dos anos 70 boa parte dos versos que compuseram a poesia lunática de suas vidas. A artista Patti mostrou através da biografia “Só Garotos” que mais do que artes plásticas, poesia, fotografia e música, Robert e ela não só viveram para a arte, como a tornaram um modo de vida. “Só Garotos” é uma metamorfose contínua com reflexos de seus progressos e retrocessos durante o tempo em que compartilharam na Terra suas infâncias eternas.
Após a leitura da obra “Só Garotos”, a sensação que se tem é que apesar de parecer uma obra clichê de “sexo, drogas e rock and roll”, ela extrapola essa visão reducionista e nos toca, nos torna íntimo dos dois personagens. Em alguns momentos, nos encontramos andando pelas ruas do Brooklin, folheando um livro na Scribner’s ou observando o colar de miçangas de Robert. Os recursos narrativos utilizados, como descrições breves, porém ricas das passagens de suas vidas, palavras doces conjugadas com realidade, detalhes e resgates de grandes nomes da arte mundial e consultas, flashbacks ou passagens à memória da personagem, fazem com que o leitor perceba a mudança de Patti e Robert, mas não perca de vista a referência infanto-juvenil desses dois garotos.
O resgate contumaz de memórias ligadas às questões familiares e religiosas de ambos é reforçado durante toda a obra como uma forma de evidenciar ou simplesmente registrar os possíveis paradoxos, medos e angustias, assim como, a coragem e a liberdade encarados, por Robert e Patti, durante suas vidas. A autobiografia, além de contar a história deles, é uma ilustração e um registro legítimo da efervescência cultural norte-americana do final dos anos de 1960 e todo ano de 1970. É também,  um recorte histórico visto de um ponto de vista subjetivo, regado a doses de arte, culto de uma época e um estilo de vida.
Apesar da visão romântica de muitas situações que viveu e até mesmo de uma linguagem, às vezes, fortemente desenhada, Patti desenvolve com coerência e medidas certas de realidade e racionalidade sua obra. Outra característica observada, é que a autora transita em uma fronteira pulverizada entre o mundo público e o privado, pois ao tornar sua vida e a de Robert pública e acessível através do livro, ela traduz possivelmente a conquista de uma das suas ânsias apontadas na obra. “Eu ansiava por honestidade, mas encontrava desonestidade em mim mesma. Por que se comprometer com a arte? Pela autorrealização ou pela arte em si mesma? Parecia um capricho somar-se à massa de excessos, a não ser que isso oferecesse iluminação”, pontua em seu texto biográfico. O que se percebe é que mais do que pulverizada essa fronteira entre a vida pessoal e artística (profissional) se confunde durante o livro e nos transmite a sensação de que é assim durante todo o tempo em que ela relata parte de sua vida, com momentos mais intensos e mais leves.
A obra caminha em sua maior parte entre momentos de dualidade, mas a marca principal é a lealdade, a cumplicidade, o espírito jovem e o compromisso com a arte que ambos possuem. Simbologias de desenhos, colares, traços, versos, sexo e músicas compõem a transição e o desenvolvimento humano desses companheiros que vai da miséria de comer pão adormecido com carne enlatada ao hall da fama dos artistas reconhecidos mundialmente. Amor, lealdade, arte, liberdade, drogas, sexo, filhos, Aids, morte, música, religião, família.  Tudo é harmonicamente orquestrado em algo realmente grande, quase parafraseando Robert, conhecido como: vida.
Essa autobiografia, assim como outras, não é só um registro pessoal da vida de uma artista, mas um reflexo real de uma época e de uma sociedade, um recorte não ficcional que mereceu e foi levado para os livros para mostrar que com polêmicas ou sem polêmicas, com riquezas ou sem riquezas, biografias e autobiografias de qualidade devem ser escritas, guardados os devidos compromissos com a honestidade e com a arte. Com esses requisitos essas obras conquistam autonomia para se bancarem e se consolidarem não como um mero registro pessoal, mas como um complemento artístico, humano e social ao mundo. “Só Garotos” é um exemplo de que não se pode tentar asfixiar, como vem acontecendo no Brasil, importantes relatos de vida que embasam e consolidam um importante segmento artístico conhecido como biografia que vem sendo suprimido no Brasil.
Por: Dayse Santô
Fotos: Pinterest
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada....


Gente, as brasileiras começaram a assumir seus cabelos. Doa a quem doer! Muitos andam falando de "moda" do black power, mas acredito que a atitude veio para ficar. Afinal, mais do que "modinha" ou "tendência",  o cabelo afro é uma realidade no Brasil e assumir os cachos é mais do que estilo, é assumir o seu jeito de ser. Na verdade, as mulheres que estão fazendo a chamada "transição" ou o famoso "big chop" querem simplesmente aceitar os seus cabelos sem necessariamente enquadrar em um padrão do cabelo comportado: o tão ambicionado liso! Escova progressiva e alisamentos? Nunca mais, pelo menos pra mim! ;) 


O cabelo cacheado pode ser considerado "difícil", pois requer cuidados especiais, já que normalmente é mais seco e com frizz, entretanto, nada que cuidados adequados resolvam. Para manter as madeixas lindas e charmosas são necessárias diversas ferramentas para facilitar a vida das cacheadas, cremes de pentear específicos, óleos, shampoos, acessórios, isso e muito mais faz parte da lista...Essa infinidade de coisas fez com que surgissem na rede inúmeros blogs, páginas no face, instagram e canais no youtube com dicas bacanas para as mulheres que querem se livrar da "progressiva" e viver seus cachinhos!

Eu assumi meus cachos novamente, mas mais do que isso a mulher precisa estar de bem com ela mesma. Ou seja, seja com cachinhos ou chapinha, curto ou longo, claro ou escuro....Vc tem que gostar do seu cabelo do jeito que mais te deixa feliz 

Listo abaixo dois dos blogs que tratam do assunto e que eu gostei: 

buhcaixeiro.blogspot.com.br

cinthyarachel.com


Eu fiz a transição, demorei um pouco para cortar, mas quando criei coragem cortei! Estou amando meus cachinhos. Confere ai como ficou! 

ANTES 

                                           DEPOIS





Estou super happy com meus cachinhos novamente! *_*

Dê uma pesquisada e descubra dicas e opiniões legais sobre los cabellos rizados y enrulados!

Besos, chicas!