quarta-feira, 28 de maio de 2014

Frida Khalo

Una mujer que encanta


Pintora e mexicana, ela foi uma artista que mesmo com tantos problemas trouxe cor e alegria para nossas vidas. Suas obras surreais, as vezes, gera incômodo e ao mesmo tempo nos encanta com tanta beleza e força. Como já é clichê, os artistas tórridos são os que costumam nos marcar. Não é atoa que Van Gogh já foi lembrado aqui no blog como um desses artistas,  singular não só por suas  obras, mas por sua personalidade tocante. 

É revigorante olhar para um quadro de Frida, apesar de tanto lembrar a dor, a morte ou a desilusão...Sua pintura é realmente arte, pois  além de traços elaborados,  inovação estilísticas do autoretrato e  fortalecimento  cultural de um povo, ela alcança patamares inimagináveis na mente de uma pessoa. Força, brilho, estranha alegria e identificação, é um pouco do que sinto quando contemplo algum de seus quadros.  A tentativa é absorver a mensagem que está ali e o resultado é uma absorção que não dá para explicar, uma viagem subjetiva que nos faz mais do que nos identificar, mas nos encontrar. Sei que estou viajando, mas a sensação no meu caso é essa. 

Obra: Autorretrato com colar de espinhos e colibri, 1940






Adoro o México, sua cultura e não seria diferente com seus artistas... Para quem gosta de pintura e curte artistas exóticos,  a Frida é uma que não podemos deixar de conhecer e estudar. Se conhece pouco sobre a artista vou explicar rapidinho sobre sua vida e obra. A pintora mexicana nasceu em 1907, na cidade de Coyoacán nas proximidades da Cidade do México, onde viveu com seus pais na casa azul ( La Casa Azul), hoje, um lugar preservado e que pode ser visitado pelos amantes de Khalo. A casa atualmente é o Museu Frida Khalo e apresenta ao público fotografias, vestidos, livros, objetos e documentos inéditos da vida da artista.

Com seis anos, Frida contraiu poliomelite, doença que deixou uma lesão em seu pé direito e que a impossibilitou de andar normalmente como resultado ela ganhasse o apelido de pata de palo (pata de pau). A partir dessa deficiência passou a usar saias longas e exóticas que por sinal viraram uma de suas marcas pessoais. 

Frida não começou a pintar cedo, apesar de seu pai usar a pintura como hobby. Seu contato com técnicas de gravura e modelagem foi aos dezoito anos, mesma época em que sofreu um trágico acidente que a deixou entre a vida e a morte por vários meses em um hospital. O acidente aconteceu quando ela viajava em um bonde que se chocou com um trem. Na batida, ela sofreu lesões por todo o corpo e sua coluna foi perfurada por um dos veículos. Após meses de internação e várias cirurgias de reconstrução, ela sobreviveu, mas teve por resto de sua vida várias limitações como o uso de colete, dores intermináveis que são claramente retratadas em algumas de suas obras. Coletes ortopédicos, sangue, objetos de hospital são recorrentes em suas obras que traz  também um pouco da fauna e flora mexicana misturada com trajes tradicionais,  marcas físicas pessoais e questionamento político quanto a relação México e EUA. A obra abaixo nomeada de A Coluna Partida é um ótimo exemplo de como marcas físicas e pessoas são retratadas em suas obras. 


Obra: A Coluna Partida, 1944



Foi no período que ficou no hospital que começou a pintar, ela usava caixas de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama. Aos vinte e um anos, entrou no Partido Comunista Mexicano e conheceu o muralista Diego Riviera com quem se casou e teve uma relação tumultuada e marcada por traições e relacionamentos homoavetivos. Sob influência do marido, Frida adotou um estilo conhecido como ingênuo, no qual aplicava zonas de cores amplas e simples em suas obras, mas principalmente procurou através de sua arte afirmar a identidade nacional mexicana retratando temas como folclore e arte popular do país. 

Viveu alguns anos com seu marido em Nova York e Detroit e chegou a receber Leon Trotski, com quem teve um caso,  em sua casa de Coyocán. O casamento de Frida com Diego foi bastante atribulado e uma das traições mais dolorosas para Frida foi a de sua irmã mais nova,  Cristina, que foi amante de Diego por anos e teve com ele seis filhos. Filhos que Frida não podia dar devido ao acidente que a impossibilitou fisicamente de completar uma gestação e que além disso deixou marcas profundas com três abortos ao longo de sua vida.

Obra:  Retrato de Cristina, minha irmã,  1928 






Obra:
Henry Ford Hospital, 1932





Essas várias desilusões e lesões físicas levaram Frida a tentar suicídio algumas vezes. Sua vida atormentada e marcada por tantos problemas era fortemente retratada em suas obras mas de um modo bem subjetivo. Na época, alguns artistas a classificaram como surrealista e ela simplesmente respondeu que as obras era a representação da vida dela. 

A dicotomia da obra de Frida é que nos cativa e nos faz admiradores dessa artista que joga na nossa cara o surreal e  o real, a alegria e a tristeza,  o amor e o ódio, a riqueza e  a pobreza, a vida e a morte, a luz e a escuridão....Aspectos tão comuns e recorrentes em nossa ligeira passagem pela Terra!  

Obra: Abraço Amoroso, 1949





"Pies para que los quiero, si tengo alas para volar" 


Referência: fkahlo.com
Imagens: Pinterest 


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