domingo, 23 de novembro de 2014

Leitura Especial




O autor afegão Khaled Hosseni consegue mais uma vez trazer ao leitor uma história bonita, rica e com alusões fortes e impactantes da realidade do Afeganistão. A cidade do Sol é um livro gostoso de ler, pois além de propiciar uma leitura sem rodeios e alardes,  o escritor toca em assuntos tão atuais quanto a suposta e ancestral soberania masculina tão valorizadas em algumas culturas. Guerra, religião, direitos humanos e submissão  são temas retratados com a dor e a leveza que a vida real pode nos dar.
A história de duas personagens comuns, mas que se tornam singulares e inesquecíveis por grandes atitudes demonstradas durante suas vidas. Mariam e Laila não são só exemplos de mulheres com garra,  mas de mulheres que conseguem suportar e viver a vida.  


Dois caminhos distintos que se cruzam e são marcados pela submissão feminina, pela tragédia da guerra e pela força do islamismo. Uma mulher de Herat outra de Cabul, ambas do Afeganistão. Uma da cidade grande, marcada pelo conhecimento e filha legítima de um casal feliz, já a outra totalmente rural e considerada uma “harami” pelos dedos acusadores da sociedade. Nada mais, nada menos que uma filha bastarda.

O livro é rico em história geral, em especial a do local onde ocorre a trama. A obra percorre caminhos desde passagens que abordam a remota influência budista no país até a ocupação soviética e a tão inflamada guerra dos Estados Unidos contra o Afeganistão.  Fundamentalismo é só mais um traço da cultura afegã retratada pelo autor que aborda com riqueza as tristezas e alegrias de um país onde as crianças já crescem com uma mamadeira e um arma na mão. 


A leitura com certeza vale a pena! 

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