O autor afegão Khaled Hosseni consegue mais uma vez trazer ao leitor uma história bonita, rica e com alusões fortes e impactantes da
realidade do Afeganistão. A cidade do Sol é um livro gostoso de ler, pois além
de propiciar uma leitura sem rodeios e alardes,
o escritor toca em assuntos tão atuais quanto a suposta e ancestral
soberania masculina tão valorizadas em algumas culturas. Guerra, religião,
direitos humanos e submissão são temas retratados
com a dor e a leveza que a vida real pode nos dar.
A história de duas personagens comuns, mas que se tornam
singulares e inesquecíveis por grandes atitudes demonstradas durante suas vidas. Mariam e Laila não são só exemplos de mulheres com garra, mas de mulheres que conseguem suportar e viver
a vida.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiXwtB-XgXSdT90l5YuQnj9eAq8UERN04-sQi6BDGEQ26twlffBbU_cY4c7KOZ7GIXqinUHsQLdqgasAusf2DhnimlqJurozVZWffITdIbfXznSm4XRW1bp5c-9RSXQCMEs0VWhxQSZL0/s1600/Cidade+do+sol.jpg)
Dois caminhos distintos que se cruzam e são marcados pela
submissão feminina, pela tragédia da guerra e pela força do islamismo. Uma
mulher de Herat outra de Cabul, ambas do Afeganistão. Uma da cidade grande,
marcada pelo conhecimento e filha legítima de um casal feliz, já a outra
totalmente rural e considerada uma “harami” pelos dedos acusadores da
sociedade. Nada mais, nada menos que uma filha bastarda.
O livro é rico em história geral, em especial a do local onde
ocorre a trama. A obra percorre caminhos desde passagens que abordam a remota influência budista no país
até a ocupação soviética e a tão inflamada guerra dos Estados Unidos contra o
Afeganistão. Fundamentalismo é só mais
um traço da cultura afegã retratada pelo autor que aborda com riqueza as tristezas
e alegrias de um país onde as crianças já crescem com uma mamadeira e um arma
na mão.
A leitura com certeza vale a pena!
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